quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Trajetória
Ernesto Che Guevara nasceu em Rosário, na Argentina, em família aristocrática, mas que mantinha ambiente de esquerda e antifascista. Antes da formatura como médico, percorreu a América Latina ao lado do amigo Alberto Granado.
Em meados da década de 1950, conheceu os irmãos Castro e juntou-se a eles para fazer a revolução cubana. Participou do governo revolucionário, mas depois partiu para outras experiências na África.
Em 1966 seguiu para a Bolívia, para atuar num centro de treinamento de guerrilha destinado a revolucionários bolivianos e também de países vizinhos.
Capturado e executado após ser ferido em combate, Che teve os restos mortais resgatados de uma fossa em 1997.
O corpo foi para Cuba, onde foi recebido por familiares e ex-companheiros de guerrilha.

influencia entre os jovens

Em 1967, Che Guevara foi morto no interior da Bolívia, depois de perseguição intensa. Desde então, a figura de Che Guevara desperta idolatria e ódio.

Para muitos, Che era um defensor dos menos favorecidos, um símbolo da resistência à expansão da influência dos Estados Unidos no mundo.

Mas outros afirmam que, ao optar pela luta armada, Guevara incitou violência e acabou se transformando em um fora-da-lei.

Ele também é acusado de ter sido radical, arrogante e cruel com seus adversários. E seus ideais revolucionários já foram considerados fascistas e ultrapassados.

Milão recebe obra de brasileiro em mostra sobre "Che" Guevara

A mostra "Che Guevara: revolucionário e ícone", inaugurada nesta segunda-feira (25) na Trienal Bovisa, em Milão Italia, conta com a obra do brasileiro Vik Muniz, que baseou sua produção em uma famosa foto de Ernesto Che Guevara.
Alberto Korda/Efe
Fotografia mais famosa de Ernesto Guevara demorou um ano para ser publicada em meios
Fotografia mais famosa de Ernesto Guevara demorou um ano para ser publicada em meios
A mostra, que irá até o dia 16 de setembro, é inspirada na foto que Alberto Korda tirou de "Che" Guevara em 1960, considerada a imagem mais reproduzida na história da fotografia.
Entre os artistas presentes com obras inspiradas na famosa foto de Che, estão, além da de Muniz, Pedro Meyer (México), Martin Parr (Inglaterra), Marcos López (Argentina), Annie Leibovitz (Estados Unidos).
Albero Korda era o nome artístico de Alberto Diaz Gutierrez, que, após ganhar fama com imagens de moda, tornou-se o fotografo pessoal de Fidel Castro.
A foto de Che Guevara foi tirada em 5 de março de 1960 em uma trágica ocasião: o funeral dos oitenta cubanos mortos em um atentado anti-castrista no porto de Havana, onde havia sido explodido o navio mercantil "La Coubre", que trouxe a Cuba munições belgas para o novo exército revolucionário. Isto explica a expressão facial de Che, "encabronato y dolente" (enraivecido e adoentado), como definiu Korda.
A foto foi publicada apenas um ano após ser tirada. Sua difusão fora de Cuba se deu devido ao editor Giangiacomo Feltrinelli, que a recebeu de presente do próprio Korda em 1964 e em seu retorno a Milão transformou-a em um pôster, distribuído gratuitamente em milhares de cópias.
A editora de Feltrinelli nunca chegou a desfrutar comercialmente da foto de Che. Nem Korda.
A mostra no Trienal é uma ampla compilação do uso comercial daquela foto que freqüentemente aparece em camisetas, pacotes de cigarro, garrafas de cerveja e de outras bebidas, relógios, etc. Aparece até mesmo na capa do álbum "American Life" de Madonna.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O "Foquismo" 
 
Singularidade do modelo cubano – A luta armada não constituía um fato excepcional na América Latina, mas em Cuba assumiu uma característica muito particular, na medida em que separou, de modo radical, a luta política da militar.
Segundo a teoria tradicional concebida por Lênin - líder da Revolução Russa de 1917 - e adotada por todos os par-tidos comunistas do mundo, a revolução socialista deveria ser conduzida por uma minoria esclarecida, que se autoproclamava "vanguarda do proletariado". O modelo cubano, teorizado nos anos 60 pelo jovem intelectual francês Régis Debray, substituiu a vanguarda política por uma vanguarda militar.
A ação da vanguarda política do tipo leninista apoiava-se, de início, nas reivindicações econômicas do operariado e, por isso, começava com a infiltração comunista nos sindicatos. Os comunistas procuravam, desse modo, ampliar a luta dos trabalhadores, objetivando dar-lhes uma consciência política que, supostamente, não possuíam, mas que lhes pertencia por natureza. Assim, os comunistas (leninistas) esperavam que os operários passassem da luta meramente econômica para a política, preparando-se enfim para o enfrentamento global com a burguesia, através de uma insurreição armada. Chegava-se, desse modo, à tomada do poder. O modelo leninista subordinava, pois, a ação armada à estratégia política.
Segundo Debray, isso foi invertido pelo castrismo, que se peculiarizava pela prioridade virtualmente absoluta conferida à luta armada. Esta seria iniciada por um pequeno grupo (vanguarda militar), cujas ações deveriam criar as condições objetivas para a tomada do poder. Portanto, o castrismo consistia em começar a revolução com um foco guerrilheiro que, gradualmente, ampliaria seu raio de ação. Por isso, o modelo castrista teorizado por Debray ficou conhecido como "foquismo".
Quem levou mais longe essa concepção, na prática, foi Ernesto Che Guevara - que devido a sua origem argentina ficou conhecido como "Che". Guevara separou completamente a ação militar da militância política e ignorou a realidade econômica e social, apostando tudo, ao que parece, na vontade (subjetiva) heróica de um punhado de guerrilheiros determinados a sacrificar a própria vida pela causa revolucionária. Com essa concepção subjetivista e totalmente irreal, Guevara iniciou a guerrilha de Nancahuazú na Bolívia, onde encontrou a morte em 9 de outubro de 1967. A concepção era irreal, mas muito propicia para a construção de mitos heróicos. E, de fato, Guevara, com sua boina com uma pequena estrela, foi o herói revolucionário mais cultuado nos anos 60.